Na última semana, conduzimos uma análise para um cliente do setor educacional com um objetivo simples, mas curioso: entender qual meio de pagamento gera mais adesão quando PIX e boleto são oferecidos juntos na mesma comunicação.
A amostra era composta por alunos entre 20 e 32 anos, ou seja, um público digitalizado e habituado ao uso de tecnologia no dia a dia.
O resultado?
78% dos pagamentos vieram do boleto. Apenas 22% do PIX.
Confesso que o número me surpreendeu. Diante de tanta popularidade do PIX, imaginava que ele superaria (ou ao menos empataria com) o bom e velho boleto criado lá nos anos 90.
Mas, como bons dados pedem validação, ampliamos a análise para outras carteiras da nossa operação de cobrança. E, novamente, o boleto mostrou força no acumulado:
61% PIX | 39% Boleto
Sim, o PIX tem crescido e oferece uma experiência mais rápida e prática. Mas o boleto ainda ocupa um lugar de confiança, previsibilidade e familiaridade, principalmente em ciclos de cobrança mais tradicionais.
O que aprendemos com isso?
1) O comportamento de pagamento vai além da tecnologia, envolve confiança, hábito e até sensação de controle.
2) Oferecer múltiplas opções ainda é a melhor estratégia. E forçar a troca pode não acelerar a adesão como imaginamos.
3) O PIX vai seguir crescendo, mas o boleto ainda tem um papel relevante, especialmente em certos contextos e públicos.
Se você trabalha com recorrência, inadimplência ou meios de pagamento, vale a pena observar isso de perto.
A tecnologia avança, mas o comportamento do consumidor evolui no seu próprio ritmo.
Macmilian Gonçalves – Fundador & CEO – Grupo Innovare Brasil